quinta-feira, 25 de abril de 2013

Individualismo X Individualidade

Acho que muita gente confunde, e não só a nível linguístico, a INDIVIDUALIDADE com o INDIVIDUALISMO.
As pessoas confundem as essências tão distintas destes dois conceitos.
Estou sempre enfatizando a importância de sermos nós mesmos, nos valorizarmos como somos, buscarmos o autoconhecimento sempre, reconhecer nosso próprio poder pessoal e saber usá-lo com sabedoria. Tudo isto é sinônimo de afirmar nossa INDIVIDUALIDADE.
É construirmos nossa própria identidade, é fugirmos de modismos, da massificação. É conectarmos com nossa essência única, é nos expressarmos como nós somos realmente. Isto tudo, esta afirmação da nossa identidade, da nossa INDIVIDUALIDADE, passa cada vez mais pelo autoconhecimento e gera o fruto da auto-estima.

A auto-estima está presente na INDIVIDUALIDADE bem desenvolvida, mas está completamente ausente no INDIVIDUALISMO. Este acontece baseado no falso orgulho, no egocentrismo e no egoísmo.

O INDIVIDUALISMO é fruto de uma sociedade neurótica e doente. Isto porque as pessoas que a compõem não tem sua INDIVIDUALIDADE bem desenvolvida, e na maioria dos casos não têm nem consciência disto. Acham erroneamente que estarem plenas de seus direitos como indivíduos é fazerem acontecer suas vontades custe o que custar e a quem for.

Os individualistas são pessoas que não têm noção de conjunto. São imediatistas o tempo todo. Estão sempre prontos para a briga, sempre com um pé atrás. São incapazes de atos generosos ou desapegados. Se o fazem é porque isto vai repercurtir em sua vaidade. Aliás, a vaidade é extremada no individualista. E vai além da aparência física, é claro.

Lembro de uma vez que o colégio de minhas filhas estava organizando uma campanha para um orfanato. Fez uma gincana com equipes e ganharia o prêmio simbólico quem levasse mais donativos alimentícios. Fiquei sabendo que tinha um pai que todo dia mandava um monte de latas de leite, acúcar, feijão, etc.

Um dia eu o vi, na hora da saída das crianças, deixando os alimentos e dizendo que iria ganhar. Captei no tom de voz dele, na forma com falava, no olhar, a agressividade da competição e não, a generosidade da doação. Percebi nitidamente que o que interessava a este sujeito era que sua filha fosse a responsável pela vitória de sua equipe. A vaidade imperava em cima da verdadeira generosidade. E me perguntei: "Será que este homem costuma enviar alimentos aos orfanatos durante o ano?" Provavelmente a resposta seria negativa. 

Pensar no todo, no Universo, na teia energética que ligam os seres, isto não existe para o individualista, que na verdade está doente, perdido, que não consegue se aprofundar em si próprio, e na maioria das vezes não quer. Ele só quer melhorar o externo em sua vida. Sem perceber a necessidade de se melhorar por dentro, de se autoconhecer, de crescer, de evoluir. Isto tudo para ele é bobagem.

Já aquele que tem a posse de sua própria INDIVIDUALIDADE, não tem o medo de se perder no outro. Ele sabe que todos fazem parte do UM. Ele não precisa provar nada a ninguém, pois está em paz consigo mesmo e com sua auto-estima.

A partir da sua própria diferença intrínseca ele está pronto para pensar no outro, para saber até onde pode ir, para respeitar o espaço e o tempo do outro, assim como também se fazer respeitar, e saber quando colocar limites. 

Não existe maneira de evoluir, de crescer, de melhorar realmente sua vida se não houver o autoconhecimento. Só assim podemos sair do INDIVIDUALISMO e ingressar em nossa própria INDIVIDUALIDADE.

O resto é ilusão. Muitas vezes o processo de autoconhecimento pode ser penoso. Mesmo assim vale muito à pena. Não esqueçamos que os maiores tesouros geralmente estão escondidos em lugares de difícil acesso, onde o buscador precisa passar por caminhos difíceis antes de encontrá-lo. E aí iremos perceber o quanto foi importante o processo da busca, talvez mais do que a própria chegada.


Texto retirado da internet. enviado por: Wilson Antonio Silva - Psicólogo - CRP 04/31325

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