sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Jovem escritor - Gabriel - O que de melhor temos em nossa terra? As pessoas!!!



O soldado e a paixão

É em dezembro de 1941, num estado ocupado da antiga União Soviética, um lugar de frio rigoroso que a minha história começa.
Há cerca de 70 anos atrás a Alemanha invadiu a URSS com quase toda a sua força militar, mas algumas coisas saíram do esperado: com a chegada do inverno os soldados alemães não estavam preparados para as severas temperaturas negativas.
Então, numa campina aberta, e debaixo de um céu nublado, estavam alguns milhares de soldados em marcha. Karl Eugen era da infantaria pesada, ele sempre temia nunca voltar para casa.
Em sua vida houve uma série de fatores que o fizeram estar ali. Tudo começa quando ele ainda tinha 25 anos, quando um tal sujeito assumiu o poder da Alemanha, e dali em diante ninguém podia falar mau dele, ou mesmo ser contra; seu pai acabou morrendo por isso. Mas como seu sonho sempre foi ser militar, cresceu sonhando ser um, entrou para o exército, mas Karl mal sabia o que estava fazendo. Sempre demonstrava reverência ao ditador, mas em seu coração era o oposto. Apenas não expressava sua opinião verdadeira, pois temia ser morto.
E assim foi sua vida, se casou com Helene, uma bela jovem do subúrbio de Berlin. E não demorou muito para partir para guerra; foi convocado para fazer parte da grande Operação Barbarossa (a qual foi uma operação de invasão na Rússia). Saiu numa primavera e deixou sua amada para trás em Berlin.
Karl Eugen sentado em uma grama verde, vendo o exército marchando, logo pensou: “Ah!, se eu tivesse ao lado de Helene, estaria em casa, ao calor de uma lareira e não sofrendo com esse terrível frio à essas condições terríveis. É fácil falar ‘marche em frente’, mas com essa temperatura tudo muda!”
E chegou ao lado dele um oficial.
― Levante homem! Com essa preguiça como acha que vai vencer a guerra?! –Disse o oficial.
Karl levantou em imediato e seguiu a multidão. Naquela noite as tropas estavam quase congelando e avistaram uma pequena cidade; não precisou de ordens, as tropas invadiram a cidade, e nem queriam saber se aqueles civis queriam se render, apenas tomaram suas casas para se abrigarem do frio. Quando Karl Eugen chegou à cidade ela já estava rendida; ele ouvia os gritos de pavor daqueles pobres russos, então entrou numa casa arrombando a porta, e lá dentro não havia ninguém, e encontrou as portas dos fundos abertas. Quando voltou para a sala de entrada viu um bando de soldados entrando e procurando um lugar quente, e assim ele também começou a procurar, e foi no sótão que sobrou, pois os grandalhões pegaram os quartos. E sentando no chão, tirou a mochila e o capacete, colocando-os de lado, arrumou uma cama improvisada e dormiu.
E com o nascer de um novo dia, com os primeiros raios de sol, Karl acordou e a primeira visão que teve pela janela do lado de fora, foi um vasto pasto verde molhado pelo orvalho que brilhava com os raios de sol. Foi umas das poucas coisas lindas que viu desde que entro na guerra.
Durante todo o dia o exército trabalhou para construir uma série de postos de defesa, pois planejaram passar uma semana ali.
E com o passar dos dias Karl mais tinha sonhos com sua terra natal, sonhava com os dias de primavera que brincava nos campos quando criança, e cada vez que sonhava mais queria voltar para aquele lugar. Sua paixão pela terra natal aumentava cada dia.
Então faltando dois dias para deixar a cidade, eles sofreram um ataque em massa do exército vermelho. Eram muitos. Os alemães resistiram até a madrugada, quando os soldados adversários começaram andar pelas ruas da cidade, Karl resolve no desespero desertar, e sair correndo para a direção do Oeste, em direção à Alemanha, então, ignorando os chamados de seus camaradas, ele prosseguiu.
Passaram-se algumas horas, o frio era tão grande e a neve o cercava por todos os lados e mesmo assim não perdeu a esperança, sua paixão era maior. Prosseguiu até não aguentar mais, e então caiu de costas no gelo. Seus pés estavam se congelando junto com suas mãos, seus pulmões gelados respiravam aquele ar frio freneticamente. Karl Eugen tirou do pescoço um broche, que continha a foto de Helene sorrindo.
― Minha amada – disse ele com uma voz já fraca – eu não te deixei. Eu lutei com todas as minhas forças para estar ao seu lado...
Então o frio tomou o seu corpo por completo, seu coração batia cada vez mais fraco e quase sem forças, ele olhou pela ultima vez para sua amada.

                                                                              Gabriel Arriel Pedrozo

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