Na vida estamos sempre
lidando com perdas. Algumas são naturais e orgânicas, enquanto
outras são extremamente significativas e dolorosas, pois representam uma grande
ausência. Esta dor, psíquica, pode ser arrasadora, situacional, freqüente e reincidente.
Lidar com ela requer a reorganização de “nossos objetos” de desejo, mudança de
nossos conceitos perante a vida de nossos paradigmas e aceitação da nossa própria vulnerabilidade.A
vida e a morte estão ligadas inseparavelmente. A partir
destas percepções sobre as perdas e lutos e os seus cuidados, acredito que, lidar com
a morte pode ser conflitante e desconfortável, mas muitas vezes é inevitável
encará-la. Não há como ignorá-la, deixá-la fora de nossos projetos de vida, pois ela
nos acompanha a todo instante em cada perda. A cada segundo nossas células estão
morrendo e se renovando, nossa memória aos poucos se esvaindo e recebendo novas
informações, e, em nossas relações, temos perdas e ganhos emocionais. Enfim, tudo é um
fluxo constante, perdas e ganhos, chegadas e partidas, encontros e despedidas.
Não podemos deter isto, mas como disse Chaplin “A vida é maravilhosa quando não
se tem medo dela”, ainda que o medo seja uma faceta dela. E como uma experiência
dolorosa pode ser uma experiência de vida no sentido de maturidade, de modo a
extrair dela um ganho. Para que o luto
possa levar a um resultado favorável, é importante que a pessoa enlutada
expresse,mais cedo ou tarde ,seus sentimentos e emoções ,elaborando suas fases
.1 Fase de choque e entorpecimento. Tem a duração de algumas horas
ou semanas e pode vir acompanhada de
manifestaçoes de desespero ou de raiva. 2, Fase
de desejo e busca da figura perdida, que pode permanecer por longo período; 3
Fase de desorganização e desespero; 4
Fase de maior ou menor grau de organização; Em
algumas fases, existe a identificação do enlutado com as atividades do morto, presente
em ações, atividades e projetos que ele aplicava. Durante o
período da elaboração do luto, podem se desencadear distúrbios na alimentação
ou sono e quadros sintomáticos de enfermidades graves e a depressão reativa. O tempo de
luto é variável e alguns casos podem nunca terminar, levando a um esgotamento
total do enlutado e a quadros somáticos de doenças graves que podem configurar
uma depressão reativa.. Com certeza, nem todas as pessoas enlutadas passam por
fases que sucedem umas às outras. É necessário observar a pessoa como um todo,
de modo sistêmico. Classificar o luto em fases estanques pode representar certa
passividade para o enlutado enfrentar o
pesar. É
necessário que ele possa enfrentar o luto, trabalhando a perda em si, de forma ativa, e
buscar auxílio profissional quando não conseguir fazê-lo. O luto em si exige tempo
necessário para elaborar. Em especial se tratando de mães enlutadas, estas necessitam
da ajuda de um terapeuta, para que o processo se realize..
Texto Psicologo: Wilson Antonio Silva
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